Em meados
da década de 70 existia um furor em consumir acessórios para carros. As
fabricas não ofereciam muitos opcionais, quase nada, na grande maioria
apenas a pintura metálica. O comprador escolhia o modelo, Luxo ou
Standard, mas aquilo que existe hoje chamado de pacote, nem pensar. Os
rádios demoraram para vir de fabrica, isso ficava por conta do
concessionário ou de lojas de acessórios.
Nesse
quadro, as lojas independentes vendiam a rodo os produtos de
fabricantes alternativos. O Rodão foi um exemplo, começou com uma
pequena loja na Rua Augusta em São Paulo e chegou a possuir quatro lojas
e ser dona da fabrica de rodas, a Binno.
Cada
um queria personalizar melhor seu carro da melhor maneira e para isso,
os principais produtos eram os bancos, rodas, instrumentos e volantes.
Claro
que alguns modelos como o Puma, já vinham bem equipados e não sofriam
tanta alteração como nos Fuscas, que vinham "pelados".
Aqui reuni os principais produtos e os modelos mais preferidos pelos jovens em 1973, 1974, 1975,1976.
Bancos obrigatoriamente deveriam ter reclinadores e o desenho da forração mais utilizado era com listas horizontais.
Buzinas tipo corneta não poderia faltar em um carro de "boy".
Nesses
anos as rodas explodiram em quantidades de modelos, mas nem todas
tinham boas vendas. Uma roda que era "in" foi a Cruz de Malta da Scorro.
Primeiro vendida como opcional pela Puma e depois colocada à venda ao
grande público pelo fabricante. A moda era usar a roda toda polida, dava
muito trabalho, mas era uma das rodas que ficava mais bonita.
Novas ligas apareceram para acabar com o sofrimento de polir o magnésio, e o duralumínio foi uma delas.
Uma
moda muito usada foi a roda de ferro com sobre aros de alumínio
escovado ou metal cromado, usando calotas centrais originais ou
alternativas com desenho mais moderno.
A
conhecida roda "mixirica" ou "gomo" apareceu antes com um sucesso
estrondoso, que durou quase uma década. A partir de 1975, ela era
fabricada com uma liga que não perdia o brilho chamada de Antálio, assim
como todos os modelos anteriormente fabricados em magnésio, que deixava
de ser usado.
Muitos
donos de Puma e Fusca trocaram suas rodas por esse modelo, com desenho
similar ao um modelo de Porsche, mas nem todos gostaram desse desenho,
mesmo no carro alemão.
Assim
como as "mixiricas" as rodas "palitos" chegaram cedo e ficaram muitos
anos no mercado, sendo fabricada apenas em 5 furos. Existiu a palito de 4
furos, com quatro palitos para VW, mas não pegou.
Essa
roda da Scorro foi outra sensação a partir de 1975 ou 1976, sendo muito
utilizada por conta do modismo de colocar rodas aro 13 nos carros, já
que a grande maioria vinha com rodas de aro 14 ou 15 polegadas. Hoje é
ao contrário, as rodas são aro 13 ou 14 e querem colocar aros maiores.
As pessoas são do contra mesmo.
Uma
roda muito querida por alguns e odiada por outros, essa era o modelo
Scorro S30 fabricada em antálio. Ela veio em consequência do sucesso da
roda S27. Por ser cruz, alguns não gostam. Nos anos 90 a chamaram de
cruz de malta, mas não é a verdadeira Cruz de Malta de 1973.
A Scorro S27 fez muito sucesso entre os carros que utilizavam rodas de 5 furos, como Opala, Maverick, Dodge, e principalmente nas pistas, o lugar onde ela nasceu em 1972, segundo o fabricante.
A S27 marcou tanto que a Scorro atualmente lançou uma roda com desenho baseado nela e chamou de S207.
O fabricante Stock foi um dos primeiros a utilizar a liga de duralumínio com esse modelo que fez bastante sucesso.
Depois com o sucesso do modelos de raios da Scorro, a Stock lançou seu modelo parecido, que não atingiu o sucesso da anterior.
A
famosa roda "tijolinho" aro 13 polegadas. Entre a molecada, os "boys"
para os velhos, não tinha outra roda, era a preferida, por ser a mesma
que os carros de corrida utilizavam, como o Puma #48 de Angi Munhoz e
José Martins. Foi adorada até o começo dos anos 80...
... Sempre com rodas cada vez mais largas.
Outra
que apareceu e "pegou" foram os modelos da Titânio. A roda não era de
titânio e sim de antálio, mas o nome do fabricante sugeria o material.
Quem entendia da composição de materiais, ria quando alguém falava que
eram feitas de titânio, o material mais duro e mais caro da Terra.
A
linha de opções de aro e talas era grande na Titânio, sendo utilizada
na maioria dos modelos de carros. Depois virou padrão para buggys, isso
até a chegada das rodas "gaúchas" anos depois.
Mas
nem só de rodas bonitas os carros de boys desfilavam pelas avenidas,
tinha que exibir um lindo volante. O diâmetro sempre foi diminuído pelos
consumidores e uma boa alternativa para deixar o carro "chic" era usar o
volante F1, da Fittipaldi, muito utilizado nas pistas. Tudo que fosse
bem nas pistas ia bem nas vendas.
Junto
com o volante, os instrumentos exibiam beleza em qualquer painel.
Quanto mais melhor. Claro que sempre existia alguém que extrapolava e
acabava virando cafona. Mas em um verdadeiro carro de boy, não poderia
deixar de ter pelo menos um contagiros, para mostrar que andava sempre
em alta rotação ou tinha motor preparado.
fonte: http://www.pumaclassic.com.br/2012/02/acessorios-alternativos-meados-anos-70.html
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